Para Darly
À maneira de Creeley
Nada para um homem sujo
só água numa cuba
sequer um olhar
mãos sujas
aroma de
amantes talvez
ou além
alguma coisa como areia
para esfregar
com os dez dedos e ter
ao cabo —
o corpo dessa mulher
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COM A BRUNA
(ela aos 8 anos)
Ao atravessar o parque
folhas sob os pés
pisando, em mim, o outono
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O QUARTO
o quarto
cheio de espelhos
partidos
os cacos
de vidro
apinhados no cérebro
l
perseguem sonhos
cortam
na hora do sexo
De Más companhias, 1987
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VARIAÇÕES
Casa de asa da noite
Que pode ser a morte
outro destempo ímóvel
marés da lua incógnitas
eco das ondas. Morta
a podre língua amante
e seus ramos de sombra
Até que se abra a porta
De Ossos de borboleta, 1996
4 comentarios:
Cynthia,
Linda postagem!!!Belos versos, parabéns!!
Um grande beijo e boa semana!!
Reggina Moon
Obrigada Reggina!
bjussss
Muito bom. Muito bom mesmo!
Valeu, Pri!!
bjusss
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