jueves, 26 de diciembre de 2013

domingo, 21 de julio de 2013

Carlos Nejar

Abandonei-me ao vento
 

Abandonei-me ao vento. Quem sou, pode
explicar-te o vento que me invade.
E já perdi o nome ao som da morte,
ganhei um outro livre, que me sabe


quando me levantar e o corpo solte
o meu despojo vão. Em toda parte
o vento há-de soprar, onde não cabe
a morte mais. A morte a morte explode.


E os seus fragmentos caem na viração
e o que ela foi na pedra se consome.
Abandonei-me ao vento como um grão.


Sem a opressão dos ganhos, utensílio,
abandonei-me. E assim fiquei conciso,
eterno. Mas o amor guardou meu nome.
 

lunes, 10 de junio de 2013

martes, 26 de febrero de 2013

sábado, 26 de enero de 2013

Roseana Murray







CASA


Retiro o lastro da casa,
suas raízes na terra,
corto as amarras, as cordas,
tudo o que pesa se esvai.

Deixo que a tarde
com seu ar azul,
inunde a casa de luz,
retiro dos quatro cantos
a dor acumulada,
as flores mortas
e então, livre de todo o peso,
o relógio bate apenas
as horas de alegria
e em volta da mesa
todos os que partiram,
os que ficaram,
entrelaçam as mãos.

A casa voa.