miércoles, 29 de diciembre de 2010
CONVITE (Celestino Neto)
vamos incensar a alma
abrir as janelas dos olhos
deixar o sol entrar
botar o bloco na rua
tomar banho de chuva
com a vida deitar e rolar
usar todos os sentidos
só não faz sentido
deixar a vida passar
Alice Ruiz
viernes, 5 de noviembre de 2010
viernes, 17 de septiembre de 2010
domingo, 22 de agosto de 2010
É a mesma a ruazinha sossegada - Mario Quintana
É a mesma a ruazinha sossegada.
Com as velhas rondas e as canções de outrora...
E os meus lindos pregões da madrugada
Passam cantando ruazinha em fora!
Mas parece que a luz está cansada...
E, não sei como, tudo tem, agora,
Essa tonalidade amarelada
Dos cartazes que o tempo descolora...
Sim, desses cartazes ante os quais
Nós às vezes paramos, indecisos...
Mas para quê?... Se não adiantam mais!...
Pobres cartazes por aí afora
Que inda anunciam: - Alegria - Risos
Depois do Circo já ter ido embora!...
Com as velhas rondas e as canções de outrora...
E os meus lindos pregões da madrugada
Passam cantando ruazinha em fora!
Mas parece que a luz está cansada...
E, não sei como, tudo tem, agora,
Essa tonalidade amarelada
Dos cartazes que o tempo descolora...
Sim, desses cartazes ante os quais
Nós às vezes paramos, indecisos...
Mas para quê?... Se não adiantam mais!...
Pobres cartazes por aí afora
Que inda anunciam: - Alegria - Risos
Depois do Circo já ter ido embora!...
sábado, 21 de agosto de 2010
viernes, 30 de julio de 2010
Tatuagem na água (Jaci Bezerra)
No Recife me perco e me inauguro
Pisando acácias e águas machucadas,
No bolso o sol ferido, um sol maduro
Escorre, úmido, e acende a madrugada.
Uma árvore brota no meu peito impuro
acalentando a infância que, abismada,
brinca dentro de mim e dói no escuro
sempre por um menino acompanhada.
Nunca a essa cidade fui perjuro
nem nuca a reneguei, talvez por isso
ela me planta e aninha entre os seus muros,
e eu a carrego em mim, arrebatado,
apodrecendo nos mangues dos seus vícios
e amando como se nunca houvesse amado.
martes, 29 de junio de 2010
viernes, 18 de junio de 2010
Homenagem a Paulo Leminski
Bom dia, poetas velhos.
Me deixem na boca
o gosto dos versos
mais fortes que não farei.
Dia vai vir que os saiba
tão bem que vos cite
como quem tê-los
um tanto feito também,
acredite.
***
pelos caminhos que ando
um dia vai ser
só não sei quando
***
tudo claro
ainda não era o dia
era apenas o raio
***
Tudo o que eu faço
alguém em mim que eu desprezo
sempre acha o máximo.
Mal rabisco,
não dá mais para mudar nada.
Já é um clássico.
***
SEM BUDISMO
Poema que é bom
acaba zero a zero.
Acaba com.
Não como eu quero.
Começa sem.
Com, digamos, certo verso,
veneno de letra,
bolero. Ou menos.
Tira daqui, bota dali,
um lugar, não caminho.
Prossegue de si.
Seguro morreu de velho,
e sozinho.
***
moinho de versos
movido a vento
em noites de boemia
vai vir o dia
quando tudo que eu diga
seja poesia
***
casa com cachorro brabo
meu anjo da guarda
abana o rabo
Me deixem na boca
o gosto dos versos
mais fortes que não farei.
Dia vai vir que os saiba
tão bem que vos cite
como quem tê-los
um tanto feito também,
acredite.
***
pelos caminhos que ando
um dia vai ser
só não sei quando
***
tudo claro
ainda não era o dia
era apenas o raio
***
Tudo o que eu faço
alguém em mim que eu desprezo
sempre acha o máximo.
Mal rabisco,
não dá mais para mudar nada.
Já é um clássico.
***
SEM BUDISMO
Poema que é bom
acaba zero a zero.
Acaba com.
Não como eu quero.
Começa sem.
Com, digamos, certo verso,
veneno de letra,
bolero. Ou menos.
Tira daqui, bota dali,
um lugar, não caminho.
Prossegue de si.
Seguro morreu de velho,
e sozinho.
***
moinho de versos
movido a vento
em noites de boemia
vai vir o dia
quando tudo que eu diga
seja poesia
***
casa com cachorro brabo
meu anjo da guarda
abana o rabo
domingo, 2 de mayo de 2010
lunes, 26 de abril de 2010
domingo, 21 de marzo de 2010
Cassiano Ricardo (1895-1974)
Iara, a mulher verde
Neste país de coisas em excesso
o sol me agride, o azul passa da conta.
No entanto, os poucos beijos que te peço
o teu amor futuro me desconta.
De tanto céu tenho a cabeça tonta.
O meu jornal é todo em verde impresso.
Só tu, a quem já um pássaro amedronta,
te fechas no mais íntimo recesso....
No país do excessivo, és muito pouca.
Vê a borboleta jovem, como esvoaça.
Vê como nos convida a manhã louca!
Por seres assim, se tudo é assombro,
se a própria nuvem branca – e com que graça –
só falta vir pousar em nosso ombro?
Neste país de coisas em excesso
o sol me agride, o azul passa da conta.
No entanto, os poucos beijos que te peço
o teu amor futuro me desconta.
De tanto céu tenho a cabeça tonta.
O meu jornal é todo em verde impresso.
Só tu, a quem já um pássaro amedronta,
te fechas no mais íntimo recesso....
No país do excessivo, és muito pouca.
Vê a borboleta jovem, como esvoaça.
Vê como nos convida a manhã louca!
Por seres assim, se tudo é assombro,
se a própria nuvem branca – e com que graça –
só falta vir pousar em nosso ombro?
viernes, 12 de marzo de 2010
Liana Timm
O QUE EU QUERO
o que eu quero?
uma vida onde o embaraço silencie
o disfarce
onde a confissão discuta
as trevas
não quero a afinação das mágoas
quero sim questões
que desalinhem
O AMOR É COMO UM GATO
o amor é como um gato
comedido
seduz ronronando
armadilha e bote
aconchego e mito
por isso desperto
e grito
O MESMO QUE SENTE
se me convém
finjo
estar exposta...não posso
o ser que fala
ao mesmo tempo sente
ainda outro
sempre ausente
vai
na varredura do vento
em remanejos
o que perdura
são nascentes
fluxos labirintos
ondas quentes
à espreita
o ser que finge repercute
e palpita
CRIATIVA
sempre vidro
água
sempre vento
quaisquer desejos
Intenso tempo de enganos e invenções
a vida é feita...
não!
a vida é rarefeita
não
a vida é muitas vezes
um choque elétrico
o que eu quero?
uma vida onde o embaraço silencie
o disfarce
onde a confissão discuta
as trevas
não quero a afinação das mágoas
quero sim questões
que desalinhem
O AMOR É COMO UM GATO
o amor é como um gato
comedido
seduz ronronando
armadilha e bote
aconchego e mito
por isso desperto
e grito
O MESMO QUE SENTE
se me convém
finjo
estar exposta...não posso
o ser que fala
ao mesmo tempo sente
ainda outro
sempre ausente
vai
na varredura do vento
em remanejos
o que perdura
são nascentes
fluxos labirintos
ondas quentes
à espreita
o ser que finge repercute
e palpita
CRIATIVA
sempre vidro
água
sempre vento
quaisquer desejos
Intenso tempo de enganos e invenções
a vida é feita...
não!
a vida é rarefeita
não
a vida é muitas vezes
um choque elétrico
Paulo Franchetti
epitagmata epitattein
estes poucos cabelos,
este gesto,
esta úlcera
e as coisas de praxe:
uma fita, este brilhante
palavras,
discos, móveis,
automóvel,
óculos
e o que quiser mais
desde que de novo
abaixe
docemente
o rosto
a nuca fique em abandono
a carne em desmaiada espera
fingindo
embora ou a valer
que a mesma dor
é o prazer
de dar prazer:
volúpia de perder,
vibrando apenas,
por um instante,
sob o rápido
e amoroso
golpe.
estes poucos cabelos,
este gesto,
esta úlcera
e as coisas de praxe:
uma fita, este brilhante
palavras,
discos, móveis,
automóvel,
óculos
e o que quiser mais
desde que de novo
abaixe
docemente
o rosto
a nuca fique em abandono
a carne em desmaiada espera
fingindo
embora ou a valer
que a mesma dor
é o prazer
de dar prazer:
volúpia de perder,
vibrando apenas,
por um instante,
sob o rápido
e amoroso
golpe.
sábado, 6 de marzo de 2010
Dia Internacional de Luta das Mulheres
sábado, 27 de febrero de 2010
jueves, 25 de febrero de 2010
sábado, 13 de febrero de 2010
domingo, 7 de febrero de 2010
martes, 2 de febrero de 2010
Beatriz Milhazes*
lunes, 1 de febrero de 2010
martes, 12 de enero de 2010
(*)Ednardo
(*)Ednardo iniciou a carreira na década de 1970 ao lado de seus conterrâneos Fagner, Belchior e Amelinha. O clã ficou conhecido como "Pessoal do Ceará". Ednardo é compositor e autor de mais de trezentas e cinquenta obras e canções, entre as quais a canção "Pavão Mysterioso", tema da novela Saramandaia. Letra e música realizada no tempo da repressão e ditadura militar no Brasil. Gravada em 1974 e o grande público teve conhecimento em 1976, após a música ser incluida como abertura da novela/folhetim eletrônico Saramandaia. Neste vídeo ele conversa com a platéia, e canta "A Manga Rosa" outra de suas músicas censuradas na época.
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