martes, 10 de febrero de 2009

Magda Lugon
Somos - 1


A projeção do mundo é só falácia,
mera ilusão que aos tolos faz matriz.
Um não é o outro, pois, na contumácia
do egocentrismo o Eu é geratriz.


Quem pode ser eu mesmo, na eficácia
de cada vão momento, se infeliz
procuro acovardar-me de uma audácia
que a hipocrisia tem como raiz?


Quem pode ser o nada, se a semente
somente é plasma em duplo dito igual,
se o todo é o vago vagabundo e ausente?


Não sou-te a vida e em ti não sou dublado
nem és meu par. Mas somos, evidente,
sinérgicos do ventre universal.


Magda Lugon
Poema do livro: "Saciedade dos Poetas Vivos" - vol. XI, Blocos, 1997, RJ

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