viernes, 7 de septiembre de 2012

Waly Salomão

Devenir, devir



Término de leitura

de um livro de poemas
não pode ser o ponto final.



Também não pode ser
a pacatez burguesa do
ponto seguimento.



Meta desejável:
alcançar o
ponto de ebulição.



Morro e transformo-me.


Leitor, eu te reproponho
a legenda de Goethe:
Morre e devém



Morre e transforma-te.   



Hoje



O que menos quero pro meu dia

polidez,boas maneiras.
Por certo,
               um Professor de Etiquetas
não presenciou o ato em que fui concebido.
Quando nasci, nasci nu,
ignaro da colocação correta dos dois pontos,
do ponto e vírgula,
e, principalmente, das reticências.
(Como toda gente, aliás...)

Hoje só quero ritmo.

Ritmo no falado e no escrito.
Ritmo, veio-central da mina.
Ritmo, espinha-dorsal do corpo e da mente.
Ritmo na espiral da fala e do poema.

Não está prevista a emissão

de nenhuma “Ordem do dia”.
Está prescrito o protocolo da diplomacia.
AGITPROP – Agitação e propaganda:
Ritmo é o que mais quero pro meu dia-a-dia.
Ápice do ápice.

Alguém acha que ritmo jorra fácil,

pronto rebento do espontaneísmo?
Meu ritmo só é ritmo
quando temperado com ironia.
Respingos de modernidade tardia?
E os pingos d’água
dão saltos bruscos do cano da torneira
                e
passam de um ritmo regular
para uma turbulência
                aleatória.

Hoje...

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